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Publicado originalmente em folhetim na Tribuna Liberal do Rio de Janeiro, em 1888, Memórias de Marta foi o primeiro romance de Júlia Lopes de Almeida. A autora produziu, durante cerca de 50 anos, uma extensa obra literária que percorre romances, contos, crônicas, literatura infantil, ensaios e teatro. Premiada e homenageada por sua obra, a escritora também participou ativamente das reuniões de fundação da Academia Brasileira de Letras (ABL), concretizada em 1897.

 

Entre suas obras mais conhecidas estão A Família Medeiros (1893) e A Falência (1901), que começam a ser recuperadas por um importante trabalho de resgate de escritoras brasileiras do final do século XIX e início do século XX. Memórias de Marta, no entanto, que faz valer os esforços acadêmicos e editoriais para o reconhecimento da autora, é uma das suas obras que ainda permanece no “limbo do esquecimento”.

 

Especialmente por seus romances, arriscaríamos considerar a literatura de Júlia como uma “literatura engajada”, aquela que não se mantém alheia às injustiças praticadas contra os negros, os pobres, as mulheres ou as crianças. Há nela forte presença da temática da educação e do trabalho como meios de emancipação da mulher, o debate sobre a abolição, com denúncias à crueldade do regime escravagista, além de não deixar passar em branco o parasitismo de uma oligarquia cafeeira conservadora.

 

Em Memórias de Marta não é diferente. O leitor acompanha a narrativa de uma mulher adulta a partir das lembranças sensíveis de sua infância, juventude e da relação com sua mãe, sob o cenário de degradação e miséria em um cortiço no Rio de Janeiro no tempo do Império. Para a pesquisadora Rosane Salomoni, a obra possui importante marco na historiografia da literatura brasileira como primeiro enredo narrado em um cortiço, dialogando com o clássico de Aluísio Azevedo, publicado dois anos depois, em 1890.

 

Na presente publicação, contamos com apresentação da professora e pesquisadora Anna Faedrich, professora Adjunta de Literatura Brasileira na UFF, com atuação na graduação e no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Literatura.

 

Faedrich é coordenadora da disciplina Literatura Comparada na Graduação em Letras (EAD/UFF/CECIERJ) e do Grupo de Estudos "Literatura de autoria feminina na Belle Époque brasileira: memória, esquecimento e repertórios de exclusão".

 

Anna Faedrich é também autora do livro Escritoras silenciadas – Narcisa Amália, Julia Lopes de Almeida, Albertina Bertha e as adversidades da escrita literária de mulherespublicado pela Macabéa Edições, fruto de sua pesquisa sobre esses importantes nomes da literatura brasileira.

Memórias de Marta

R$ 39,90Preço
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